O Tema da Sexualidade na Longa Idade Média: Concepções de Masculino e Feminino
por Rodrigo Poreli Moura Bueno e Cesar Augusto Neves Souza
Sobre o primeiro autor[1]
Sobre o segundo autor[2]
Para poder tecer qualquer trabalho sobre sexualidade e Idade Média, é preciso, antes de tudo estar atento a algumas questões básicas: o papel da Igreja referente a este assunto, as mudanças sociocultuais e sobre os papeis do masculino e do feminino no decorrer do período medieval. Não se preocupou em abordar, aqui, o tema antes desse período, reservando, a posteriori, uma futura extensão, pelo qual se buscarão mais detalhes e aprofundamentos.
Para este estudo inicial, estabelecemos dois pontos de referência. São eles: o livro A Mulher, a Luxúria e a Igreja na Idade Média de Mario Pilosu e dois artigos: Sexualidade de Jacques Rossiaud e Masculino/Feminino de Christiane Klapisch-Zuber, todos eles contidos no Dicionário Temático do Ocidente Medieval organizado por Jacques Le Goff e Jean-Claude Schmitt. Dessa maneira, o principal objetivo de artigo é discutir alguns aspectos culturais e sociais relativos à sexualidade medieval a partir das interpretações, principalmente, destes três autores.
O intuito de muitos estudiosos hoje em dia é compreender a parte que as relações entre os sexos ocupam no conjunto das relações sociais. Uma tarefa inicial coloca-se assim ao historiador, que deverá se preocupar com as definições de masculino e feminino elaboradas ao longo da Idade Média e questionar de maneira crítica os suportes intelectuais e teóricos que fundamentam estas representações. Em suma, ele deverá compreender como o desequilíbrio entre os sexos e uma tendência a favor do masculino, assim como a constituição do feminino em conceito abstrato marcaram o pensamento ocidental medieval (Klapisch-Zuber, 2006, p.138).
No sentido de discutir este tema tão relevante, é preciso visitar o passado e percorrer os labirintos que formaram o cenário medieval. Sabe-se