O teatro grego
O Teatro Grego surgiu no século V, num período de extrema modificação da sociedade grega. Foi neste período que a democracia assentou-se com soberania nesta sociedade, e se viu necessário ao homem da época/local a realização de debates e reflexões tanto sobre a sua própria existência, quanto às suas relações (homem x sociedade x deuses). Neste contexto, o teatro grego perdeu seu caráter outrora ilustrativo e doutrinador do ponto de vista religioso, para assumir de fato o papel de propulsor de reflexões e debates, onde tanto os envolvidos nas montagens, quanto os expectadores das mesmas participavam efetivamente das discussões quanto aos aspectos da vida da pólis.
O Teatro Grego tal qual conhecemos hoje, e que serviu de bases para o teatro ocidental, evoluiu das representações realizadas em honras ao deus Dionísio
(deus grego do vinho e das orgias), nas festividades conhecidas como
“Grandes Dionisíacas”. Nestas festividades era tradição pessoas vestidas de
“homens-bodes” representarem a mitologia do referido deus. A este ato de representação podemos destacar diversas características que mais a frente influenciaram na concepção do teatro grego clássico:
Era de fato uma atividade feita pelo povo e para o povo;
Eram representações feitas por homens;
E a principal:Discutiam a mitologia, porém mantinha-se a visão de enredo baseado na peripécia do herói (que no caso era o próprio deus Dionísio).
Deve-se ressaltar, todavia; que por ter origem numa festa dedicada a uma deidade, o Teatro Grego é fruto sim de uma representação de cunho religioso e mítico. No entanto; conhecer o fato de que os envolvidos na representação
(dentro do delírio extasiado pela mesma) assumiam a identidade da persona dionisíaca como a sua própria personalidade e, por conseguinte a sua própria parcela divina; torna-se de essencial importância quando se deseja compreender de onde surge este papel do homem grego como co-responsável
pelo