O século xvii deu início ao processo de construção do homem comum como sujeito de direitos civis naturais.
As grandes navegações e a montagem da exploração colonial, com a monetarização e o tráfico negreiro, movimentou muito dinheiro e criou o bom desenvolvimento do sistema capitalista. O renascimento cultural e artístico, juntamente com as reformas religiosas e a destruição do Estado monarquista absoluto, levou a burguesia, classe ascendente, começar a perceber sua importância nas transformações sociopolíticas e econômicas.
Todo esse processo culminou para a Era das Revoluções, que segundo Tocqueville apenas acelerou transformações profundas que ocorreriam inevitavelmente. A cidadania é uma lenta construção que vem se fazendo a partir da Revolução Inglesa, passando pela Americana (acompanhada pela Declaração de Independência) e Francesa (fundadora dos direitos civis), e pela Industrial (que aumentou a produtividade e separou o capital do trabalho, alienando o homem), fazendo com que o proletariado buscasse ampliar os direitos civis conquistados pela burguesia, quando os homens deixam de ser súditos e passam a ser cidadão.
A ideia de que, tendo a igualdade como base da organização social, a felicidade seria alcançada decorre de uma sociedade justa e igualitária, cujas leis e direitos devem ser naturais (liberdade, propriedade, segurança e direito de resistência à opressão), nascidos junto com o homem e intrínsecos a ele. A máxima de que “todos os homens nascem iguais” veio deste período e a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (proclamada antes da elaboração