O SURGIMENTO DAS CEBS
ELEUZA ABREU VALADARES
EVANILDE JOSÉ ABREU VALADARES
O SURGIMENTO DAS CEBS
RONDONÓPOLIS -MT
NOVEMBRO 2013
Introdução
O estudo aqui proposto tem como interesse compreender melhor a capacidade de mudança social pretendida pelos novos movimentos sociais brasileiros. Um recorte mais específico era necessário, visto que encontramos nas CEBs um locus onde poderíamos aliar as análises sobre religião e política com intuito de verificar os potenciais de transformação dos movimentos sociais juntamente com as CEBs.
A escolha em trabalhar esse tema deve-se, sobretudo, ao interesse em discutir os fatos político-sociais e clericais que nortearam o surgimento das CEBs na conjuntura brasileira, bem como a organização desse movimento social de base no decorrer de sua história.
A partir desse propósito, verificar-se-á as transformações sociais oriundas da participação das CEBs e da Igreja Católica junto às comunidades, analisando o papel político e social desempenhado por ela.
SURGIMENTO DAS CEBs
O Concilio Ecumênico Vaticano II, que reuniu os bispos do mundo inteiro durante varias sessões de 1962 a 1965, foi um marco fundamental da mudança da Igreja do Brasil, da América Latina e também do mundo. Convocado pelo Papa João XXIII, que defendia o aggiornamento01 da Igreja, dizia que era preciso "abrir as portas e janelas da Igreja para expô-la à luz do sol e aos ventos renovadores".02 Segundo o teólogo KarI Rahner, o Concilio significa um "começo de renovação, um aggiornamento, o que implicava uma redefinição na própria missa da Igreja".03 Durante o Concilio, o Papa João XXIII fez uma declaração de vital importância para a Igreja da América Latina, que é a "opção pelos pobres". Numa mensagem feita no Vaticano no dia 11 de setembro de 1962, afirma: "em face dos países subdesenvolvidos, a Igreja