Teologa da libertação
Giovana Inácio dos Santos Josiel Eilers Goulart Marcos Emílio Ekman Faber2 Resumo Este artigo procura analisar o surgimento e o desenvolvimento da Teologia da Libertação no Brasil, assim como a forma com que esta se infiltrou na sociedade brasileira, ou seja, através das Comunidades Eclesiásticas de Base. Nossa análise parte da leitura comparada da bibliografia histórica e teológica disponível sobre a temática e sobre os principais teóricos da libertação. Nossa hipótese é a de que durante o período de ditadura civil-militar brasileira (1964-1985), a Teologia da Libertação passou a ser a representante máxima da mobilização popular contra o regime, participando da formação do pensamento de esquerda nacional que surgiria após o regime. Palavras-chave: Teologia da Libertação. Igreja Católica no Brasil. Ditadura Civil-Militar no Brasil. Introdução Perry Anderson em seu livro Passagens da Antiguidade ao Feudalismo (2004, pp. 123-137) afirmou que a Igreja Cristã foi a única instituição romana que se manteve preservada após a ruína do Império Romano do Ocidente, sendo a Igreja fundamental no processo de síntese iniciado com o contato da cultura bárbara e cultura romana preservada pela Igreja. Nossa análise aqui apresentada na forma deste artigo parte de uma interpretação semelhante, pois temos por hipótese principal que após o Golpe de Estado de 1º de abril de 1964 – e a conseqüente e progressiva perseguição aos opositores do novo sistema – a esquerda brasileira foi calada, ao menos de expressar-se nos meios acadêmicos e, principalmente, na mídia. Porém, parte da Igreja do período passou a carregar o bastião da oposição ao novo sistema, pois alguns líderes e intelectuais vinculados a Igreja tiveram a oportunidade e o espaço de se colocarem como opositores do regime ditatorial sem que sofressem com a censura da época. Foi dentro deste contexto que penetrou no Brasil a Teologia da Libertação.
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