O surgimento da filosofia na grécia antiga

O pensamento mítico consiste em uma forma pela qual um povo explica aspectos essenciais da realidade em que vive: a origem do mundo, o funcionamento da natureza e dos processos naturais e as origens deste povo, bem como seus valores básicos. Um dos elementos centrais deste pensamento e de sua forma de explicar os acontecimentos é o apelo ao sobrenatural, ao mistério, ao sagrado, a magia. Ou seja, o pensamento mítico consiste em uma forma de entender a realidade através de discursos baseados em mitos, lendas. Tais características contrastam com as do pensamento filosófico-científico, pois tal pensamento buscava uma explicação do mundo natural. A chave da explicação do mundo e de nossa experiência estaria então, para esses pensadores, no próprio mundo, e não fora dele, em alguma realidade misteriosa e inacessível.
Por a explicação dada pelo pensamento mítico beirar a o inexplicável, a impossibilidade de conhecimento, tal pensamento deixa de satisfazer às necessidades da nova organização social da Grécia Antiga, mais preocupada com a realidade concreta, com a atividade política mais intensa e com as trocas comerciais que busca explicações mais casuais dos processos e fenômenos naturais, encontradas no pensamento filosófico-científico.
Nesse período, a escola jônica surge como decisiva para o desenvolvimento do pensamento filosófico-científico por se caracterizar crítica. As teorias formuladas não eram apresentadas de forma dogmática, mas como passíveis de discussão como se trata de pensamento humano, ideias de um filósofo... Não verdades reveladas de caráter divino ou sobrenatural. Estavam sempre abertas a discussões, reformulações, correções. Nessa escola filosófica o debate e a divergência eram estimulados. A dúvida e a crítica tornaram-se parte da tradição da escola. Em lugar da teoria tradicional, do mito, encontramos a tradição das teorias que criticam, que, em si mesmas, de inicio, pouco mais são do que