O surgimento da Filosofia na Grécia Antiga.

O surgimento da Filosofia na Grécia Antiga.

Antes da filosofia-cientifica, a população explicava a origem do mundo, o funcionamento da natureza e as questões mais essenciais, por meio da mitologia, que é um discurso ficcional com bases no sobrenatural. Os mitos são parte cultural de um povo que representa uma visão de mundo, não uma teoria de um autor. É repassada por gerações, principalmente por via oral. Não há nas explicações míticas uma fundamentação, pois parte do sobrenatural, portanto não há discussões ou questionamentos. Os intermediários entre esses deuses/espíritos e os homens são os sacerdotes, rituais e oráculos.
O que pode ser o fator da mudança de um pensamento mítico para o pensamento filosófico é a insatisfação. Pois, o misticismo explica o desconhecido de uma maneira misteriosa e sobre-humana que é exatamente o inexplicável, gerando um paradoxo. Deste modo, os considerados primeiros filósofos, tentam buscar as explicações da natureza de um modo natural, dentro da própria natureza, o chamado naturalismo.
Essa mudança de estilo de pensamento não ocorre de maneira imediata e nem extingue a mais antiga, pois alguns mitos sobrevivem até os dias de hoje. Para Aristóteles (no livro I da Metafísica) a filosofia tem seu início por volta do século VI a.C. com Tales de Mileto na Grécia.
A época em que o pensamento filosófico surgiu é também a época em que a Grécia passa por uma transformação. A Grécia micênico-cretense é invadida pelas tribos dóricas em torno de 900 a 750 a.C. e passa de uma sociedade baseada na economia agrária, monarquia divina e poder político hereditário para um pais com cidades-estados, com uma participação mais efetiva dos cidadãos na política, menos contribuição da religião e uma economia comercial e mercantil. E assim, o pensamento filosófico ganha mais espaço. Tales de Mileto era da região das colônias gregas do mediterrâneo oriental, no mar Egeu onde o comércio marítimo era forte e faziam transações com outras civilizações,