O sumo do bem
O homem, dentre todos os animais, é o único dotado de espiritualidade. Possui inteligência e vontade. Ao contrário dos brutos, ele nunca está satisfeito consigo mesmo. Sempre deseja algo mais. É o único que pode transcender sua própria situação existencial e almejar, sempre mais, a perfeição que ainda não atingiu.
Quem reflete, porém, percebe que nem mesmo a maior conquista que ele pode empreender nesta vida, como o poder, a riqueza, a honra, o sucesso profissional, etc. Estão à altura de dar-lhe pleno deleite e repouso satisfatório. Na verdade, o ser humano aspira a um Amor verdadeiro sem mancha alguma de traição, a uma Beleza infinita sem mescla de fealdade, a uma Verdade sem sombras de erro; enfim, o ser humano deseja, do fundo do coração, o Sumo Bem (Summum Bonum), que, paradoxalmente, não pode encontrar nas criaturas ou nas coisas deste mundo, cujo amor, beleza, verdade e bem são sempre finitos e contraditados pelo respectivo contrário. Com efeito, o homem quer uma vida plena e feliz que não possa ser desfigurada pela dor nem suplantada pela morte. Isso, este mundo aqui não pode garantir.
Haveria, então, solução para esse paradoxo humano? Por um lado, o homem é capaz de alimentar tão nobres ideais; por outro, vê-se impossibilitado de realizá-los. Seria o homem, como certos pensadores já afirmaram, um desejo inútil?
Há dois mil anos, a S. Igreja anuncia esta mensagem: "Só Deus é o grande TU para o qual o homem foi feito. Nele é que se encontram as respostas para as mais legítimas aspirações do homem". Mensagem esta que não é sua, mas de seu Senhor, o Cristo Jesus, que é a autêntica manifestação do próprio Deus entre os homens. "Eu sou o caminho, a verdade e a vida" (Jo 14,6), diz Jesus.
Com razão, a teologia católica afirma que o ser humano é criado por Deus e para Deus. Há no homem uma abertura para o infinito que só pode ser preenchida pelo Absoluto de Deus. Só Deus é o Sumo Bem, a Beleza infinita, a Verdade sem erro, o Amor sem