O suicidismo
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O “suicidismo”.Leio o Blog do meu filho e fico apavorado, num primeiro instante. O assunto temático é suicídio. Converso com ele sobre o assunto, ele acha graça e tento me convencer de que isso pode ser coisa de adolescente. Depois, vou relaxando, não sei.
O melhor é ficar em absoluta prontidão. Nunca se sabe, e quando se sabe, pode ser tarde demais.
Suponho que o pensamento suicida só pode ocupar os espaços vazios da alma.
Tal como a lei da física. E os espaços vazios só existem porque, mesmo preenchidos, não são densos, não transbordam, são inconsistentes, sem cor, sem gosto, sem graça.
O que não tem vida se aproxima e se assemelha à morte, só por que a morte é a expressão mais próxima do nada, na opinião dos que pensam conhecê-la. Ah, como são tolos os que acham que a conhecem... Tão tolos quanto os que a admiram, idolatram e a invejam. A morte desejada é, essencialmente, a certidão de incompetência em se gerenciar a vida. É uma espécie de diploma do Curso Inconcluso de Existência, a obtenção do Certificado de Êxito da Preguiça, uma vez que, viver, dá muito, muito trabalho. Vivenciar uma existência é mesmo tarefa para alguns poucos corajosos, que não ligam mesmo para a morte. Preferem dar alguma atenção à vida.
Contudo, a morte fascina, bem sei. Para uns, fascina porque alimenta as fantasias das curiosidades (afinal, depois que se morre, o que acontece? Tem uma luz brilhante do lado de lá? Tem um anjinho de asas que vem nos recepcionar no portal do
Paraíso? Ou seria o próprio Deus, um senhor simpático e idoso – muito idoso – e com olhar paterno a nos conduzir? Ou talvez não haja nada disso, talvez não haja absolutamente nada, apenas o esquecimento pleno, total e absoluto do que fomos um dia? O que vem depois que fechamos os olhos pela última vez?). Para outros, fascina por ser a grande porta de saída para um monte de problemas sem aparente solução: uma doença sem cura, uma relação difícil com pais ou entes queridos, um grande amor que