O som do coração
Os dois se apaixonam pela mesma menina, Jacy (Cybill Shepherd, debutando nos cinemas), a única menina bonita da cidade. Mas é Duane que acaba com ela, e Sony acaba com uma menina tão irritante e pouco interessante que acaba a trocando pela mulher do treinador do time do colégio. Não há sequer a aparição de qualquer novo rosto que possa servir de interesse para Sonny, ele está perdido no meio daquele nada, e numa relação com alguém muito mais velha que ele.
Já Jacy não é nenhuma flor que se cheire. Ela é de uma das poucas famílias ricas da cidade, cresceu em uma bolha como uma garota mimada e calculista. Até a perda da sua virgindade é de acordo com os seus interesses. No caso, o interesse era pra ter relações com outro rapaz.
Se a vida amorosa dos rapazes não vai bem, não se pode dizer que eles tem um grande exemplo familiar também. Principalmente, eles não tem a menor criação por uma figura paterna. O que se passa mais perto de pai para os dois é Sam The lion, que por acaso também é dono do salão de bilhar, do restaurante e do cinema.
O mais interessante é a ambientação do filme. O lugar, a decoração de cada lugar, cada casa e até mesmo as roupas que as pessoas usam, tudo remete imediatamente aos anos 1950. Mais impressionante ainda é que o filme foi rodado como se fosse um filme feito nos anos 1950, mesmo sendo um filme de 1971. Da mesma forma que se fazia na época, até mesmo com seu preto e branco tradicional (segundo dizem, um conselho de Orson Welles, amigo do diretor).
Mais ainda, o filme evoca uma nostalgia dos anos 1950 mesmo para os que não viveram naquela época. Um ótimo trabalho do diretor Peter Bogdanovich, que