o som do coração
Beethoven uma vez disse que “a música é capaz de reproduzir em sua forma real a dor que dilacera a alma e o sorriso que a inebria”. Quando ouvimos uma bela canção ou ocupamos poltronas para assistir a uma orquestra o que a combinação de sons e uma voz, independente de seu tom, nos trás de especial que nos oferece um punhado de tantas emoções como tristeza, conforto, harmonia, entre outros sentimentos? E por que será que sempre procuramos em nossa prateleira o disco de algum artista em especial para cada um destes distintos abalos morais? Analisando por esta perspectiva, vemos que não é somente a arte da música que trás essas intrigantes questões. O mesmo podemos dizer quando assistimos a um filme, acompanhamos uma leitura ou contemplamos uma bela pintura. São comportamentos vindos das nossas próprias almas, onde não encontramos uma descrição precisa. E são estes os comportamentos que os personagens de “O Som do Coração” tentam representam.
Por mais que o instrumento da violoncelista Lyla Novacek (Keri Russell) não combine com o ritmo agitado do grupo roqueiro liderado por Louis Connelly (Jonathan Rhys Meyers), a paixão que ambos possuem no empenho de entregar uma boa apresentação para o seu público entram em harmonia na visão de Kirsten Sheridan em destacar esses dois desconhecidos que se apaixonaram brevemente. A curta união de Lyla e Louis resultou num filho que a primeira imaginou perder após ser atropelada. A determinação do seu pai Thomas (William Sadler) em fazer com que ela não reencontre o seu amado se concretiza. Entregue a um orfanato em segredo por Thomas, a criança logo cresce com o nome de Evan Taylor (Freddie Highmore) e, posteriormente, conhece o mundo que existe fora do local que viveu por dez anos sendo “adotado” por Wizard (Robin Williams) e recebendo um novo nome: August Rush. Nome este que ilustra o título original do drama romântico musical e que serve para se proporcionar ao talento que o garoto demostra pela composição