O SISTEMA PÚBLICO DE SAÚDE: PROCESSO INCLUSIVO OU EXCLUDENTE?
BRASIL: DE “VARGAS” A “LULA”
Maria Izabel da SILVA*
• RESUMO: Este artigo tem por objetivo resgatar a construção histórica do processo de organização política do Serviço Social no Brasil, desde seu surgimento na “Era Vargas”, junto ao Bloco Católico, sob influência européia, através da Igreja e do tecnicismo norte-americano. A profissão estava fortemente vinculada às classes dominantes, considerando, portanto, que sua organização política era insipiente e inoperante, contribuindo assim para a lógica da produção e reprodução do capital.
Este cenário permanece inalterado até o marco de 1979, o III CBAS –
Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais, em São Paulo, conhecido como o “congresso da virada”, quando a categoria passa a se colocar numa outra perspectiva, como demonstração de resistência à ditadura militar instaurada no Brasil pelo grande capital em 1964, culminando na ruptura com o conservadorismo. Destaque para a elaboração do novo currículo acadêmico, em 1982, cujo foco central é a categoria trabalho, possibilitando então a vinculação desses profissionais com a classe trabalhadora, considerando ainda, a estreita relação da categoria com o
PT. Após a Constituição Federal de 1988, conhecida como “Constituição
Cidadã”, cumpre ressaltar como marco histórico a elaboração do projeto ético-político, isto é, o Código de Ética de 1993, que regulamenta o exercício profissional e as Diretrizes Curriculares para a formação acadêmica, que se mostra incompatível com o governo federal do PT no período pós 2003.
• PALAVRAS-CHAVE: Serviço Social; Organização Política; Projeto ÉticoPolítico; PT.
Introdução
Inicialmente é importante ressaltar que para apreender o processo de organização política do Serviço Social no Brasil, é fundamental resgatar a respectiva contextualização histórica na qual a profissão surgiu e se consolidou ao longo de sua trajetória.
Para tanto,