O SETTING ANALITICO SITUACOES CLINICAS ESPECIAIS
O Setting Analítico: Situações Clínicas Especiais
Glória Barros1
O sujeito que chega ao consultório em busca de ajuda vem marcado por um sofrimento que muitas vezes o leva a uma desorganização psíquica que expõe toda sua vulnerabilidade e o coloca frente a situações de extremo desamparo. Ao longo dos anos, temos nos deparado na clínica com as múltiplas faces do sofrimento humano e situações inusitadas nos colocam frente a desafios que muitas vezes põe em xeque o arsenal teórico que nos embasa. Frente a isso nos sentimos instigados a fazer uma reflexão teórica-prática sobre o setting analítico e o manejo clínico.
No processo de análise, o par analista/analisando, por se encontrar em constante movimento, permite a construção de uma relação na qual posições de escuta e fala são constantemente intercomunicáveis.
Luís
Claudio
Figueiredo
reflete
sobre
a
intersubjetividade estabelecida numa análise e os cuidados que este processo requer, mostrando a importância da presença do profissional de forma tanto implicada e como reservada, propiciando a abertura de um campo transferencial.
Na visão do referido autor, a postura ética de respeito e de abertura à singularidade do sujeito possibilita que o profissional, embasado na fundamentação teórica que o respalda, possa acolher o sofrimento dos que o procuram, criando um ambiente propício para o estabelecimento de um vínculo que abre o caminho para o estabelecimento do campo transferencial. Para ele, o encontro analítico é baseado na comunicação significativa que acontece entre o par analista\analisando no setting analítico. Como o sujeito em análise encontra-se em um processo de amadurecimento continuo, o setting analítico será o palco no qual acontecerão intercomunicações nas diversas etapas deste processo. Cada sessão é absolutamente imprevisível e traz características e configurações próprias.
Winnicott nos alerta para que não trabalhemos de forma rígida, nos apegando a uma aplicação cega de uma determinada