O setor agro-açucareiro: uma breve retrospectiva histórica

Historicamente, a primeira cultura comercial implantada no Brasil pela colônia portuguesa, foi a cana-de-açúcar, sendo os Estados do Nordeste os principais produtores e exportadores mundiais de açúcar bruto no século XVI e XVII, apoiando-se no trabalho dos escravos oriundos da África. No final do século XVII, a economia açucareira retrocedeu, devido a saída dos Holandeses do Nordeste, levando a cultura da cana-de-açúcar para o Caribe. (Furtado 2001) Por muitos anos, o Brasil se tornou coadjuvante na produção de cana de açúcar no mundo, somente a partir da revolução de 1930, mudanças nesse setor produtivo começam a acontecer. O governo federal passa a ajudar a economia agro-açucareira, destinando recursos para compra de estoques regulares e criando o Instituto do Açúcar e do Álcool – IAA, em 1933 (Sachs, 2007). Apesar do incentivo do governo federal, problemas no transporte de açúcar, intensificado durante a segunda guerra mundial, intensificam a consolidação da agroindústria açucareira na região de São Paulo. A partir dos anos 1960, com a retomada do mercado internacional de açúcar, o governo federal propõe a criação da Planalsucar, implantado no início dos anos 1970, com o objetivo de impulsionar o melhoramento genético da cana-de-açúcar no Brasil, concomitante a isso, a oferta brasileira expande-se, puxada pelas exportações. No entanto, os preços do açúcar começam a cair a partir da metade dessa década e surge então, a crise do petróleo. É na metade dos anos 1970, que o governo brasileiro, cria o Programa Nacional do Álcool -Proálcool, com o objetivo de substituir o consumo interno de gasolina pelo álcool produzido a partir da biomassa.
Para incentivar a produção de álcool, o governo financiou a juros negativos a construção ou ampliação das usinas de açúcar que passaram a incorporar unidades anexas para destilação de álcool. A produção de álcool aumentou significativamente após a expansão do setor, sendo que em 1979, inicia-se o segundo ciclo de