O SERVIÇO DOMÉSTICO E O CONSUMO EMERGENTE NA NOVA CLASSE C: EMPREGADA DOMÉSTICA COMO CAPITAL?
Olavo Rodrigues Rocha Machado
Rio de Janeiro, 2014
OBJETO E OBJETIVOS: Para a realização da presente proposta de pesquisa, sugiro a relação de trabalho entre “patroa” e “doméstica” como o objeto. Nos diversos estudos já realizados acerca desta relação, o abismo sociocultural é bastante comentado. Pretendo contribuir para a discussão deste tema direcionando minhas atenções à classe media emergente carioca, que passou recentemente a contratar serviços domésticos remunerados com regularidade (empregada domestica mensalista ou diarista). Dentro deste grupo, priorizo como recorte "patroas" de até 60 anos de Idade, sem limitações físicas, donas de casa, com renda familiar de até R$6220 – Classe C (IBGE), residentes na Zona Oeste do Rio de Janeiro (bairros de IDH < 0,850). Meu objetivo se divide em 3 pontos fundamentais: Necessidade, Distinção e Afeto. A partir destes pontos, pretendo mapear a relação entre “patroa” e “empregada” fazendo os seguintes questionamentos:
1) O que motiva esta mulher a contratar um serviço doméstico, apesar da relativa1 baixa disponibilidade financeira para tal?
Hipóteses:
Responsabilidade das mulheres?
Sobrecarga de afazeres domésticos por conta do papel de gênero feminino, ou seja, não compartilhamento das tarefas domésticas com indivíduos do gênero masculino;
O que é uma casa limpa?
Rigor elevado no que diz respeito aos padrões de limpeza e arrumação da casa nas famílias brasileiras;
É fácil "ter" empregada?
O baixo custo do serviço e sua facilidade de contratação sem o cumprimento de formalidades trabalhistas (avaliar o impacto da PEC das domésticas, ano xxxx);
A empregada como capital?
- Sentido depreciativo inerente às atividades domesticas, em oposição ao status elevado em “ter” uma empregada doméstica para realizar tais atividades. Sabemos que o Brasil dos últimos anos experimentou um alargamento da