O ser humano e o meio ambiente
Muitas vezes esquecemos que nós somos parte da natureza. Por mais que tenhamos características que nos diferenciam dos outros seres vivos que compõe o meio ambiente, isso não nos dá o direito de usá-lo como bem entendemos. Quem precisa de 20 pares de sapato? Ou trocar de carro todos os anos?
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Mariana Martinato* - Brasil Post - 05/06/2014 inShare1 amanda tipton/Creative Commons
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Uma das definições de sustentabilidade mais aceitas no mundo é a do Relatório Brundtland, de 1987: "(... ) desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente, sem comprometer a capacidade das gerações vindouras satisfazerem as suas próprias necessidades". Por mais que eu use amplamente essa definição no meu trabalho e reconheça sua importância como pontapé inicial da reflexão maior sobre a sustentabilidade, confesso que tenho várias críticas a ela.
A começar pela posição de que o homem é o centro de tudo e que a satisfação das nossas necessidades é o objetivo mais importante desta discussão: a visão utilitáriado meio ambiente para nos servir da forma que nos for conveniente. Muitas vezes esquecemos que nós somos parte da natureza. Por mais que tenhamos características que nos diferenciam dos outros seres vivos que compõe o meio ambiente, isso não nos dá o direito de usá-lo como bem entendemos.
Outro ponto que me chama bastante a atenção é a própria definição de necessidade. Será que ela não inclui nossos desejos e ambições pessoais? Sendo bem realista: quem precisa de 20 pares de sapato? Ou trocar de carro todos os anos? Pior se for a diesel. Como e onde foi produzida a blusinha daquela loja, que mobilizou milhares de pessoas na sua chegada ao Brasil, e que custa R$ 9?
Os padrões de produção e consumo da nossa sociedade hoje colocam uma pressão enorme no meio ambiente. Se todos os seres humanos consumissem como os norte-americanos, precisaríamos de quatro planetas em termos de recursos naturais. O