o senhor das armas
O protagonista de O Senhor das Armas é bom de lábia e sabe como faturar com isso. Não somente dinheiro, mas também a vida de seus sonhos, incluindo a garota que sempre desejou. Trabalhando como traficante de armas, Orlov abastece guerras em países do Terceiro Mundo com a ajuda de seu irmão Vitaly (Jared Leto). Entre balas e crianças empunhando metralhadoras, o negociante conta bolos de dinheiro e diamantes sem a moral para atrapalhar sua consciência. De uma forma cínica e tragicômica, o diretor Andrew Niccol (S1m0ne) conta a história desse traficante, que se confunde com a história mundial na medida em que ele encontra ditadores africanos, compra armas de uma Rússia recém-capitalista e abastece o Afeganistão para a luta contra os EUA.
O grande destaque de O Senhor das Armas não está na discussão que pode levantar sobre o desarmamento - trazendo o contexto para nossa realidade. Afinal, tudo é visto de uma forma cínica e amoral demais. Mas a condução do filme é muito bem-feita, desde a primeira cena, quando a câmera acompanha a trajetória de uma bala desde a fábrica até a cabeça de um menino, até a última, quando vemos Orlov no meio de um chão forrado de balas. O roteiro, muito bem escrito, abre mão do moralismo para dar lugar à história em si, baseada nos fatos reais acontecidos na vida de cinco traficantes de armas que realmente existiram. Outro destaque fica na escalação do elenco. Nicolas Cage está em um daqueles papéis que não poderiam ter sido dados a outra pessoa. Jared Leto, que interpreta seu irmão, é outro que caiu como uma