O Reino Do Congo Em Finais Do S Culo XV
Este grande reino, bem constituído econômica e politicamente em finais do séc. XV, abrangia um vasto território que se estendia desde uma parte do sul do Gabão, passando pelo sudoeste da República do Congo, por grande parte do sudoeste da República Democrática do Congo, até ao norte de Angola.
Expedição Portuguesa comparecendo perante o rei do Congo © National Maritime Museum.
“Makukua Matatu Malemb’e Kongo” é uma expressão que, de acordo com a tradição oral, nos leva a entender, que o reino do Congo era um todo composto por três partes distintas: “Makukua”; “Matatu”; “Malemb’e”. O relato de Ana Maria de Oliveira – no seu trabalho de investigação intitulado “Elementos Simbólicos do Kimbanguismo”, saído a público em 1999, através de uma edição da Missão de Cooperação Francesa –, refere-se aos três troncos da termiteira e também às três pedras ao fogo que suportam a panela, o que, em sentido figurado significa: a lareira, a casa materna e, por analogia, o lugar onde se cria, onde se decide, o centro onde tudo começou. Daí que “Makukua Matatu Malemb’e Kongo” pode, em princípio, ser aceite como “as três lareiras, as três pedras de base, as três partes, a trindade que formava o antigo reino do Kongo”. Estas três componentes correspondiam a três áreas geograficamente distintas e bem diferenciadas do ponto de vista sócio-econômico, cada uma delas associada a um dos três descendentes do manikongo (rei do Congo).
O antepassado de todos os Bakongo (a “mãe grande” que a tudo deu início) é “Nzinga”, filha de “Nkuvu”, casada com “Nimi” e de quem teve dois rapazes e uma menina, respectivamente, “Vit’a Nimi”, “Mpanzu’a Nimi” e “Lwkeni Lwa Nimi”. Os três constituíam a base da sociedade do reino do Congo: “Makukua Matatu Malemb’e Kongo”. O nome das três crianças associado ao nome de “Nzinga” representa a linhagem “Tuvila”.
“Vit’a Nimi”, o filho mais velho de “Nimi”, a quem se chamou “Ne Nvunda” era também conhecido por Nsaku, que