ARON. Paz e Guerra entre as Nações. A Estratégia da Dissuasão (cap.14)
A Estratégia da Dissuasão (cap.14)
“Na vida social os indivíduos são dissuadidos de fazer alguma coisa pelo temos das conseqüências possíveis, das punições previstas ou da execução de uma ameaça”. Na relação entre Estados, isso não muda muito. Temos o exemplo da Suíça: ninguém duvidava que ela revidaria caso fosse atacada. Ao mesmo tempo em que o país estava fortemente armado (o que tornaria uma ocupação por terceiros muito custosa), existia a imagem de “coragem e coesão” que o resto do mundo tinha de seu povo.
Existem dois tipos de potência de Dissuasão; a ofensiva e a defensiva. Não é totalmente defensiva, já que se pode interferir em uma zona geograficamente afastada do seu território e também não é apenas ofensiva, uma vez que visa prevenir e não provocar a ação de outros Estados.
Um país neutro precisa da dissuasão, na maneira em que não quer impor suas vontades sobre os demais, e não ser que para convencê-los a aceitar sua independência. Já uma grande potência também pode utilizar da dissuasão, seja para se auto-proteger ou para ajudar um aliado mais fraco. Enquanto a Suíça se armou na defensiva, a Inglaterra assinou o pacto com a Polônia, tomando a defensiva. Ou seja:
a) Dissuasão passiva = Países Neutros
b) Dissuasão ativa = Pacto com a Polônia
A dissuasão depende de duas coisas fundamentais: recursos materiais do Estado, e da resolução do objeto dela. O pacto da Inglaterra com a Polônia podia parecer como algo que a Inglaterra não fosse cumprir pela visão de Hitler, mas do ponto de vista da Grã-Bretanha era muito pior admitir derrota e desonrar o pacto.
IMPORTANTE: um engajamento solene, que torna o recuo quase impossível (Ex. preparativos de defesa suíços e o pacto com a Polônia)
PECULIARIDADES DA ERA ATÔMICA:
“A ameaça é menos conveniente quando sua execução contraria os interesses do Estado que ameaça.” = Erro de Hitler (?) – Ele sabia que a Inglaterra e a França não queriam guerra, mas a guerra parecia uma perspectiva