O reflexo das convenções poéticas seiscentistas
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS – CCHL
DEPARTAMENTO DE LETRAS – DL
DISCIPLINA: Literatura Brasileira III – Monográfico
PROFESSORA: Ana Cláudia Silva
O REFLEXO DAS CONVENÇÕES POÉTICAS SEISCENTISTAS NA
POESIA A CRISTO S.N. CRUCIFICADO ESTANDO O POETA NA ÚLTIMA HORA DE SUA VIDA DE GREGÓRIO DE MATOS.
Leilane Oliveira Palma Lopes
Junho / 2010
O Seiscentismo teve início em Portugal com a unificação da Península Ibérica. Nesse contexto, Portugal estava em decadência nos últimos vinte e cinco anos do século XVI; foi durante esse quadro cultural europeu que o estilo Barroco surgiu, em meio à crise dos valores renascentistas, ocasionada pelas lutas religiosas e dificuldades econômicas. O homem do Seiscentismo vivia um estado de tensão e desequilíbrio refletido pelo conflito entre as coisas terrenas e as coisas celestiais, o antropocentrismo (homem no centro) e o teocentrismo (Deus no centro), pecado e o perdão, enfim, constantes dicotomias.
O autor em destaque nesse artigo é Gregório de Matos Guerra, grande representante do pensamento confuso e mesclado do homem barroco, além, é claro, de ser visto como um autor plural, que conseguiu, com suas sátiras, suas poesias lírico-amorosas, filosóficas e religiosas, escrever um quadro quase pintado, da realidade do homem seiscentista. Em seus poemas manifesta aspirações religiosas, expressa o amor carnal e satiriza a sociedade baiana da época - daí o apelido “Boca do Inferno”.
Vale destacar que, diferentemente do que todos podem pensar, o homem barroco não era um homem feliz, pois vivia dividido entre as conquistas do pensamento renascentista e a necessidade de voltar-se para Deus, buscando o perdão de seus pecados.
Gregório de Matos é fortemente marcado pelo espírito de sua época, suas composições evidenciam a mesma propensão lúdica dominante na arte seiscentista