O quinze - resumo do livro
Ceição convence a Mãe Nácia a partirem. Vicente quer ficar, salvar o gado. Dona Maroca manda soltar o gado. Chico Bento vende as reses e parte com a família. Chegará à Amazônia? Não consegue as passagens e vai indo a pé. Um retirante em meio à seca. A fome e o cangaço.
Aqui está o drama da terra. Que drama é esse, que está em O Quinze, no Lampião, em A Beata Maria do Egito, em João Miguel e em certas páginas de Dôra, Doralina e em Memorial de Maria Moura? É o drama da terra, ou o duelo entre o homem e a terra, numa perspectiva euclidiana de autentico desafio. Rachel exprime os anseios e angustias de sua região brasileira, integrada numa dimensão ficcional que se inaugura com A Bagaceira, de Jose de Américo Almeida, em 1928. Livro verdadeiramente brasileiro, notou Augusto Frederico Schmidt, no artigo em que saudou O Quinze, a 18 de agosto de 1930. E Schmidt estranhava que não houvesse nenhum derramamento, nenhum sentimentalismo, nesse romance sobre a seca, escrito por uma jovem. Simplicidade, eis a sua virtude básica.
Sim, livro de pessoa “simples, grave e forte, para quem a vida existe”, concluía Schmidt. Toda a obra posterior de Rachel está em O Quinze. Nele há duas ações paralelas –o retirante com seu drama e a comunicação impossível entre Ceição e Vicente. Livro no fundo amargo, porque é o livro do amor irrealizado.
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