Programa de saúde da família
Este artigo se propõe a uma análise do Programa de Saúde da Família, a partir do processo e das tecnologias de trabalho em saúde, como território dos fazeres e portanto, produtor do cuidado em saúde, em busca de uma compreensão de suas possibilidades e limites. Serão descritas a estrutura e organização do Programa, no sentido de desvendar o núcleo epistemológico (investigação da natureza, fontes e validade do conhecimento) que alimenta o PSF e seu campo operativo. Pretendendo-se ao final esboçar uma idéia geral sobre o perfil do PSF e sua inserção na arena de disputas de projetos para a implementação do Sistema Único de Saúde, no Brasil. E procurar entender, nesse jogo, qual é a aposta do PSF? O Programa de Saúde da Família tem potência para mudar o modelo tecnoassistencial para a saúde, como ele se propõe?
Introdução:
O Programa de Saúde da Família - PSF - foi concebido pelo Ministério da Saúde em 1994, com o objetivo de proceder "a reorganização da prática assistencial em novas bases e critérios, em substituição ao modelo tradicional de assistência, orientado para a cura de doenças no hospital. A atenção está centrada na família, entendida e percebida a partir do seu ambiente físico e social, o que vem possibilitando às equipes da Família uma compreensão ampliada do processo saúde/doença e da necessidade de intervenções que vão além de práticas curativas".
Princípios sob os quais a Unidade de Saúde da Família atua:
Caráter substitutivo: substituição às práticas convencionais de assistência por um novo processo de trabalho, centrado na vigilância à saúde;
Integralidade e Hierarquização: A Unidade de Saúde da Família está inserida no primeiro nível de ações e serviços do sistema local de saúde.
Territorialização e adscrição da clientela: trabalha com território de abrangência definido.
Equipe multiprofissional: A equipe de Saúde da Família é composta minimamente por um médico generalista ou médico de família, um enfermeiro, um auxiliar de