O que é o Forum de EJA
Eliábia de Abreu Gomes Barbosa1 Raquel Carine de Moraes Martins2 Sônia Pereira Barreto3
Introdução
Segundo informações da Associação Brasileira de Editores de Livros4, a queda de 29,1% na taxa de analfabetismo nos últimos anos não foi suficiente para tirar o Brasil do penúltimo lugar em relação à alfabetização na lista dos países da América do Sul. Segundo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 2007, o percentual de brasileiros que não sabem ler e escrever é inferior apenas ao da Bolívia, onde a taxa de analfabetismo foi de 11,7% em 2005.
Aspectos que apenas afirmam que políticas educacionais, dotadas pelo Estado brasileiro, para jovens e adultos, sobretudo, não foram suficientes para dar um salto de melhoria nos índices relativos à educação. Cabe lembrar aqui que não nos restringimos apenas aos dados quantitativos, visto que as melhorias em termos qualitativos mostram-se deficitárias na medida em que há um aumento do quadro de analfabetismo funcional5, sendo conseqüência, muitas vezes, de propostas descontínuas e pontuais da alfabetização e escolarização do 1º segmento do ensino fundamental. Tais problemas e dificuldades vêm sendo pauta de discussões tanto no âmbito governamental como no espaço da sociedade civil, a qual se faz representar, em parte, por movimentos articuladores de rede nacional que são os Fóruns de Educação de Jovens e Adultos.
Nessa perspectiva, o objetivo do trabalho é refletir sobre o processo de construção do Fórum de Educação de Jovens e Adultos do Ceará, apreendendo as atribuições e lógicas que o movem, já que em sua proposta inicial tinha como objetivo: “(...) a criação de um espaço para discussões, formação, informação e intercâmbio de experiências, agindo, também no âmbito das políticas públicas de EJA, no sentido da efetivação das mesmas.” (FÓRUM DE EJA-CE, 2008).
A metodologia, cuja abordagem é qualitativa, traçou os