O que é o belo ? santo agostinho
Fundamentos da concepção de belo sensível em Santo Agostinho
Santo Agostinho no ano de 380 escreveu seu primeiro escrito, sendo este dedicado exclusivamente à idéia do belo, com o titulo De pulchro et apto (Sobre o Belo e o conveniente). Por tratar-se de uma obra perdida, o que se sabe de concreto dela é uma superficial referencia que Agostinho faz nas Confissões IV, 13, 15, aliando isso ao pensamento maniqueu que conduzia o autor, permitindo construir uma visão sobre o que o autor pretendia no texto.
“Amamos nós alguma coisa que não seja o belo ? Que é o belo ? Que é a beleza ? Que é que nos atrai e afeiçoa aos objetos que amamos ? Se não houvesse neles certo ornato e formosura não nos atrairiam.”
Santo Agostinho entende como natural de todo homem ter, em si, uma teoria estética baseada no princípio do amor. Como conseqüência, o homem só amaria o que, de fato, é belo. Mas afinal, o que é esse belo ?
O belo atrairia os homens por 2 motivos: pela sua totalidade de sua unidade, agrando a si mesmo, e pela sua harmonia com outras unidades. Em sua fase maniqueísta, o Hiponense, influenciado pela idéia do dualismo entre as luz e as trevas do cosmos, dizia, em última instancia, que uma é coisa é una e bela em si mesma por possuir uma gradação maior de partículas de luz, que é verdadeira beleza.
Em sua fase neoplatônica-cristã, Santo Agostinho passa a ter a idéia de que o cosmos é necessariamente belo, já que foi Deus que criou o cosmos e visto que ele é o mais perfeito que há, não poderia criar um mundo imperfeito, mal e despido de beleza. Portanto, o mundo é, por natureza, perfeita, bom e belo. Consequentemente, se o cosmos é naturalmente belo, não deve existir nenhuma criatura surgida no mundo que não seja bela. Diante disto, o Filósofo de Hipona trata de conceituar a beleza sensível em suas diversas manifestações na Natureza.
Antes de partir para o conceito de belo sensível em Santo Agostinho, é necessário afirmar que, na visão do