O que é e para que serve a antropologia
Segundo François LaPlantine, o projeto de fundar uma ciência do homem – uma antropologia (do grego Anthropos = Homem + Logos = Conhecimento, saber) é muito recente, apesar de o homem jamais ter parado de interrogar-se sobre si mesmo. “A reflexão do homem sobre o homem e sua sociedade, e a elaboração de um saber são, portanto, tão antigos quanto a humanidade, e se deram tanto na Ásia como na África, na América, na Oceania ou na Europa”, diz LaPlantine.
Ao longo da maior parte do tempo, contudo, o conhecimento que existiu não poderia ser chamado propriamente de “científico”. Na verdade, duas características são praticamente universais nessas reflexões:
1 – A concepção do homem como ser “criado” por deuses, sejam antropomórficos (análogos à forma humana) ou incorporações de seres naturais como a Mãe Terra, o Sol (como o Tata Inti dos incas ou Rá, dos egípcios) etc.
2 – A crença em que o ato original deu origem ao homem “pronto”, isto é, em sua forma final, como era entendido ao observador no momento mesmo da observação.
O conceito
Para quem gosta de definições precisas, eis aqui a que Marconi e Presotto adotam, citando Hoebel e Frost. Segundo eles, a Antropologia é “a ciência da humanidade e da cultura. Como tal, é uma ciência superior social e comportamental, e mais; na sua relação com as artes e no empenho do antropólogo de sentir e comunicar o modo de viver total de povos específicos, é também uma disciplina humanística”.
Conceitos têm a virtude de ser objetivos, mas isso não significa necessariamente que sejam capazes de explicar verdadeiramente a extensão daquilo que tentam definir. É este o caso. Assim, para entender de fato o sentido do termo “antropologia” devemos levar em conta outras características desta ciência, tais como:
A Antropologia estuda o homem inteiro (LaPlantine). Portanto, leva em consideração “as múltiplas dimensões do ser humano em sociedade”, evitando “parcelar o homem” e tentando assim