O que é História?
Primeiro, o autor coloca que o problema do caráter na arquitetura encontra um de seus fundamentos na história. Em seguida, ele faz uma provocação, dizendo que se o estilo é a adaptação de uma linguagem a um sistema espaço e tempo concreto, no século XIX esse conceito não é aplicado, ou seja, a linguagem e a composição arquitetônica foram desvinculados até o estilo ser considerado uma mera decoração, que pode adornar qualquer edifício.
É importante compreendermos o período que vai da metade do século XVIII até o início do XX como um único longo período, ou seja, uma continuidade histórica que tem origem na crise da antiga tradição clássica e vitoriana (por volta de 1750) e que culmina no abandono total de qualquer referência aos estilos históricos, pretendido pela arte moderna.
Além disso, não podemos esquecer, que a Revolução Industrial e a emergência da burguesia, representaram no século XVIII um motor para esse período de grandes transformações em que há uma tentativa de elaboração de uma revisão do passado.
A cultura arquitetônica deleitou-se por mais de 100 anos, com o fato de ter acolhido os mais variados elementos lexicais, extraindo-os de todas as épocas e regiões, recompondo-os de diferentes maneiras, de acordo com princípios ideológicos, nos quais podem ser distinguidos, pelo menos, três correntes principais:
- Composição estilística: adoção imitativa coerente e “correta” de formas que foram utilizadas em outro tempo específico, por exemplo, o neogrego, neoegípcio, neogótico (estabelece novos parâmetros para a atitude clássica, por exemplo; não rompe, mas reformula a linguagem);
- Historicismo tipológico: orientar o estilo quanto à finalidade a que se destinava cada edifício, por exemplo, reencontrar na Idade Média os traços místicos e a religiosidade das novas igrejas do século XIX;
- Pastiches compositivos: “inventava” soluções estilísticas historicamente inadmissíveis e, às vezes, beirando o mau gosto.