Olga Prestes
Em março de 1936, Olga e Prestes foram capturados pela polícia. Olga foi levada para a Casa de Detenção e posta numa cela junto com mais de dez mulheres, muitas delas conhecidas suas. Neste momento, descobriu estar grávida. Logo vem a ameaça de deportação para a Alemanha. Seria uma condenação à morte: além de judia, comunista. Começou na Europa um grande movimento pela libertação de Olga e Prestes, encabeçado por D. Leocádia e Lígia Prestes, respectivamente a mãe e a irmã de Prestes.
O julgamento de Olga foi feito segundo as formalidades da ordem constitucional, atendendo a um pedido de extradição do governo nazista. A defesa da alemã pediu um Habeas Corpus, argumentando que a extradição era ilegal, pois ela estava grávida e sua deportação significaria colocar o filho de um brasileiro sob o sistema de um governo estrangeiro. Havia também o aspecto humanitário da permanência dela no país.
O Supremo Tribunal Federal, no entanto, aprovou o pedido de extradição, Vargas negou o indulto e Olga foi deportada para a Alemanha, juntamente com a amiga Sabo.
Olga foi transportada no cargueiro alemão La Coruña. Quando o navio aportou em 18 de outubro de 1936, oficiais da Gestapo já a esperavam. Não havia nenhuma acusação contra ela, pois o caso da prisão de Moabit já prescrevera. No entanto, a legislação nazista autorizava a detenção extrajudicial por tempo indefinido ("custódia protetora") e Olga foi levada para Barnimstrasse, a temida prisão de mulheres, onde deu à luz a filha. Anita Leocádia ficou em poder da mãe até o fim do período de amamentação e, depois, em consequência das pressões da campanha internacional, foi entregue à avó, D. Leocádia.
Olga foi transferida para o campo de concentração de Lichtenburg em março de 1938. No ano seguinte foi transferida para o campo de concentração feminino de Ravensbrück, onde as prisioneiras eram sujeitas a experiências do médico Karl Gebhardt. No campo, ela organizou atividades de solidariedade e resistência,