O que é filosofia

DELEUZE, Gilles / GUATTARI, Felix. Tradução de Bento Prado Jr. E Alberto Alonso Muniz. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1992.

“Antigamente nós a formulávamos, não deixávamos de formulá-la, mas de maneira muito indireta ou oblíqua, demasiadamente artificial, abstrata demais [...] sem deixar-nos engolir por ela.” (p. 09)
“[...] a filosofia é a arte de formar, de inventar, de fabricar conceitos” (p. 10)
“E se percebe que importa pouco ter dito bem ou ter sido convincente, já que de qualquer maneira é a nossa questão [...]” (p. 10)
“Seriam os gregos que teriam sancionado a morte do Sábio, e o teriam substituído pelos filósofos, os amigos da sabedoria, aqueles que procuram a sabedoria, mas não a possuem formalmente.” (p. 10)
“[...] o velho sábio vindo do Oriente pensa talvez por Figura, enquanto o filósofo inventa e pensa o Conceito.” (p. 10-11)
“O filósofo é bom em conceitos, e em falta de conceitos, ele sabe quais são inviáveis, arbitrários ou inconscientes, [...], e quais, ao contrário, são bem feitos e testemunham uma criação, mesmo se inquietante ou perigosa.” (p. 11)
“Que quer dizer amigo, quando ele se torna um personagem conceitual ou condição para o exercício do pensamento?” (p. 11)
“É próprio da amizade conciliar a integridade da essência e a rivalidade dos pretendentes.” (p. 12)
“[...] a filosofia não é uma simples arte de formar, de inventar ou de fabricar conceitos, pois os conceitos não são necessariamente formas, achados ou produtos. A filosofia, [...], é a disciplina que consiste em criar conceitos. O amigo seria o amigo de suas próprias criações? Ou então é o ato do conceito que remete à potência do amigo, na unidade do criador e de seu duplo? Criar conceitos sempre novos é o objeto da filosofia. É porque o conceito deve ser criado que ele remete ao filósofo como àquele que o tem em potência, ou que tem sua potência e sua competência. [...] Para falar a verdade, as ciências, as artes, as filosofias são igualmente criadoras, mesmo se compete apenas à