O que se conserva na sociedade
A essência nunca mudará. Aquilo que, primordialmente, fora concretizado jamais poderá ser derrubado. E se há discordância nesta afirmação, pergunto-lhe, caro leitor: apesar de todas as revoluções intelectuais que já existiram na sociedade, desde os tempos antigos, por que ainda há tantas diferenças? Por que ainda somos submetidos à segregação humana? E por que continuamos nos negando, muitas vezes, diante de tanta insanidade e hipocrisia?... Infelizmente o estereótipo da sociedade perfeita jamais será atingido, até porque sempre haverá ambiguidade de opiniões e ideais do que realmente é uma sociedade perfeita. Entretanto, não querendo contradizer, mas já praticando a ação, não podemos desistir de tentar transmitir ao mundo as virtudes humanas, porque é a partir destas virtudes que surgem as inovações e as melhorias em nossa sociedade, mesmo diante de uma estrutura conservadora. E não é de hoje que pensadores vêm tentando expor esta realidade, pois, desde os princípios, eles buscam a evolução intelectual, até porque esta impede que os indivíduos, os quais compõem o âmbito social, não se tornem “mentes de manobras” e, sim, pensadores em busca do progresso. Por séculos, uma monarquia sobrevivera no continente europeu. Esta era absoluta e soberana, conhecida como Antigo Regime. Tal sistema político, absolutista, dominou uma sociedade inteira, agregando assuntos políticos com religiosos. Porém, nem todos os cidadãos deixaram-se influenciar pelo constante apedeutismo, pois enxergavam o que realmente vivenciavam: uma sociedade injusta e sem questionamentos. “Talvez a comodidade seja melhor do que a própria evolução!” A partir desta visão, surgiram grandes filósofos iluministas na época do apogeu absolutista. Todos com o mesmo ideal: alertar a sociedade da dominação que os cegava. Entre eles, há Montesquieu, que acreditava em tudo aquilo que