O que me faz falta
O que eu sei hoje sobre alfabetização e letramento, nada tem a ver com a minha vida de estudante no ambiente escolar,o que vi foram atividades enfadonhas em cartilhas e algumas atividades mimeografadas.
Em casa não tinha acesso a livros de histórias, revistas, jornais etc. nem ninguém que olhasse sequer minhas atividades escolares, a pessoa mais próxima que era uma prima adolescente, não sabia ler nem escrever, hoje sei que ela tinha défite de atenção e não viram isso, pois bem, eu usava a cerca de zinco e um carvão para ensiná-la a escrever seu nome e as vogais. Gostava muito de me sentir professora.
Os meus primeiros anos na escola, que são os essenciais, fui alfabetizada mas não me proporcionaram a capacidade de produzir textos escritos de gêneros diversos,depois de algum tempo sem estudar, pois casei muito cedo,precisava estudar e ter um emprego, então, fui fazer supletivo e nada de contextos significativos para alunos da Eja, já havia perdido muito tempo,me encaixava direitinho na fala de Jessé de Souza: ...¨ Pessoas incompletas porque perderam uma etapa de sua vida, e por isso esperam caridade e benevolência da esfera pública para corrigirem esse ¨ erro ¨ ou para redimirem sua culpa¨.
Pra o ensino médio escolhi a Formação de professores na rede particular, foi quando conheci duas ótimas professora,uma de português e outra de didática,sabia da minha falta de base,me empenhei muito,me dediquei ao máximo.Aprendi a gostar de ler e a compreender o que lia.
Minha graduação foi Licenciatura em pedagogia,já tinha mais intimidade com os gêneros textuais,lia muito,mas não tinha ou melhor não aprendi a vê-los como um produto da atividade escrita.Até hoje, já na pós graduação, não consigo expressar idéias sem algum apoio.
Como professora de alfabetização de crianças e também de jovens e adultos, procuro conciliar dois processos: A apropriação do sistema alfabético e a condição do uso da língua nas