“O que há em mim é sobretudo cansaço” álvaro de campos
“O que há em mim é sobretudo cansaço” Álvaro de Campos
3.ª fase: O intimismo (fase abúlica)
N.B.: A poesia desta fase – a chamada fase intimista – caracteriza-se entre outros aspectos, pela recusa da identificação com os outros, pelo isolamento e pela solidão voluntários, pelo cansaço, pelo tédio, pela náusea. É isto que está presente neste poema “O que há em mim é sobretudo cansaço”.
1. Divisão do texto nas suas partes lógicas: Podemos dividir este poema em 4 partes, correspondendo cada parte a cada uma das estrofes. 1.ª parte (1.ª estrofe) é o sujeito poético afirma que o que domina a sua vida é o cansaço, um cansaço sem uma origem ou causa bem definida; 2.ª parte (2.ª estrofe) é embora muito abstractamente, o “eu” poético tenta explicar a origem desse cansaço: as “sensações inúteis”, “as paixões violentas por coisa nenhuma”, “os amores intensos por o suposto em alguém” (isto é, pelas qualidades que ele supôs em alguém, mas depois o desiludiram); 3.ª parte (3.ª estofe) é o sujeito poético estabelece a comparação do seu ideal de vida com três tipos de ideais de vida (amar o infinito, amar o impossível e não amar nada). Demarca-se de cada um deles, dizendo que: ama infinitamente o finito; deseja impossivelmente o possível; quer tudo ou um pouco mais se puder ser ou até se não puder ser. 4.ª parte ( 4.ª estrofe) é surgem, logicamente, as consequências para os três idealistas diferentes dele e para ele próprio. a) Para cada um deles: “a vida vivida ou sonhada”; “o sonho sonhado ou vivido”; “a média entre tudo e o nada, isto é, isto...”
b) Para ele: “um supremíssimo cansaço”
2. Origem ou causa do cansaço do sujeito poético Os idealistas de que nos fala o poema vivem, cada um à sua maneira, sem ultrapassarem os limites impostos ao homem (ou seja, mesmo aspirando ao infinito, ou ao impossível, eram sempre tranquilizados pela esperança de o conseguirem). Em contrapartida, o sujeito poético, embora desejando o possível e