Alvaro de Campos
Conheceu Alberto Caeiro, numa visita ao Ribatejo e tornou-se seu discípulo: «O que o mestre Caeiro me ensinou foi a ter clareza; equilíbrio, organismo no delírio e no desvairamento, e também me ensinou a não procurar ter filosofia nenhuma, mas com alma.» (Páginas Íntimas e Auto Interpretação, p. 405).
Distancia-se, no entanto, muito do mestre ao aproximar-se de movimentos modernistas como o futurismo e o sensacionismo. Distancia-se do objectivismo do mestre e percepciona as sensações distanciando-se do objecto e centrando-se no sujeito, caindo, pois, no subjectivismo que acabará por enveredar pela consciência do absurdo, pela experiência do tédio, da desilusão («Grandes são os desertos, e tudo é deserto / Grande é a vida, e não vale a pena haver vida») e da fadiga («O que há em mim é sobretudo cansaço - / Não disto nem daquilo, / Nem sequer de tudo ou de nada: / Cansaço assim mesmo, ele mesmo, / Cansaço»).
Álvaro de Campos experimentara a civilização e admira a energia e a força, transportando-as para o domínio da sua criação poética, nomeadamente nos textos Ultimatum e Ode Triunfal. Álvaro de Campos é o poeta modernista, que escreve as sensações da energia e do movimento bem como, as sensações de «sentir tudo de todas as maneiras». É o poeta que mais expressa os postulados do Sensacionismo, elevando ao excesso aquela ânsia de sentir, de