O que foi o fenômeno paradoxal de inflação no PAEG e qual foi o seu legado?
Para responder esta pergunta primeiro há a necessidade de entender o contexto econômico da época de implantação do PAEG em 1964. O país vinha de uma reversão de crescimento a partir de 1961, que no período de 1957-1961 teve uma média de crescimento a 6,9% ao ano, no período de 1962-1964 caiu para 3,4% ao ano. O Brasil passou por um forte processo de industrialização a partir do Governo Vargas, este utilizando-se de fatores de financiamento internos da economia para realizar fortes investimentos na infraestrutura e início da industrialização do país. Sucedendo Vargas, Juscelino Kubitschek iniciou o Plano de Metas, seguindo muitas políticas de Vargas apesar de que o plano ambicioso necessitava de uma abertura ao financiamento do capital estrangeiro, este vindo a ser um dos grandes motivos do endividamento externo brasileiro. Apesar do endividamento, o plano de metas foi um forte incentivo para a industrialização. Em um cenário em que o elemento base para dar dinamismo da economia foi o processo de substituição de importações, a indústria foi o pontapé inicial para esta possibilidade. Desde a crise de 1929 o país passou por diversas transformações e se industrializou, apesar de mesmo com o potencial de crescimento proporcionado pela indústria, a substituição maciça de importações passou a se estagnar. Após muitos desdobramentos econômicos e início de uma crise política o PAEG é implantado em 1964.
O principal objetivo do PAEG seria conter as eliminar as fontes internas de estrangulamento que bloquearam o crescimento da economia e então poder retomar o crescimento economico. Tais fontes de estrangulamento foram diagnosticadas como reflexo do processo inflacionário brasileiro, que em 1964 chegou a 80% na elevação dos preços. No momento havia grande instabilidade no mercado, a capacidade de importar foi estrangulada decorrente da substituição de importações e de políticas favoráveis a