O projeto do renascimento
Ao analisar as características renascentistas, a autora, inicialmente, procura deixar claro o significado de Renascimento, o qual está relacionado com o período europeu que trouxe à tona novamente os ideais da Antiguidade Clássica, referência essencial da beleza e do saber. É entre os séculos XIV e XVI que vai se desenrolar as atividades dos artistas, intelectuais e escritores renascentistas, como forma de recuperar o que se acreditava ter sido perdido na Idade Média, considerada pelos humanistas, nome dado aos estudiosos da gramática, retórica e dialética que se inspiravam na Antiguidade para desenvolver suas análises a respeito da humanidade, como sendo uma época sem luz, chamando-a de ‘Idade das Trevas’. O pensamento dos humanistas era o de trabalhar o ideal de beleza em vários âmbitos, sobretudo nas artes visuais, que ganham grande destaque no cenário europeu. Para os humanistas, havia realmente um abismo entre a Idade Antiga e a Moderna, a qual seria a Idade Média, relegada ao desprezo no período renascentista. No entanto, com as pesquisas dos historiadores no século XX, é possível perceber que, na verdade, houve um processo de continuidade histórica, o que mostra a importância da época medieval, que não deve mais ser entendida como um período obscuro da história, mas como uma contribuição para o desenvolvimento humano ao longo do tempo. De acordo com Byington, a imitação da realidade e os exemplos da Antiguidade deveriam estar no cerne das obras artísticas do período da Renascença. Resgatar a paixão clássica de reproduzir em tela a natureza era um ponto muito importante no projeto renascentista, haja vista que a realidade ali exposta era o apogeu da beleza e alta qualidade da arte, bem como seguir o exemplo do período antigo, em que a noção de construção do humano enquanto centro das artes era notória. A imitação se diferencia da identificação da influência, em obras mais