O professor do futuro
Além de crescer 400% ao ano, mais de seis milhões de pessoas o acessavam por mês, não em busca de entretenimento, mas de aulas, em sua maioria, de ciências exatas. Seus vídeos tiveram mais de 140 milhões de visualizações. Mais de meio bilhão de exercícios escolares foram feitos.
Nessa audiênca cativa estão os computadores da família de Bill
Gates, o dono da Microsoft, que assiste, entusiasmado, às aulas com os fi lhos.
O modelo de ensino digital do professor Khan não difere muito de outras iniciativas encontradas na internet. Cursos e plataformas de ensino digitais coexistem com a Khan
Academy há certo tempo e estão em crescente expansão. Um bom exemplo são os vídeos de aulas de universidades internacionais de renome como o Massachusetts
Institute of Technology (MIT) – na qual o próprio Khan se graduou em matemática e engenharia elétrica – e a Universidade Stanford, na Califórnia.
Mas, apesar da tradição, as duas instituições juntas jamais somaram tantas visitas quanto o site tocado apenas por Khan antes de se profi ssionalizar, em 2010.
Suas aulas são simples. Na tela, imagens, desenhos e rascunhos de próprio punho vão surgindo para ilustrar o raciocínio do professor de
36 anos. Os vídeos são curtos, com duração média de 15 minutos, para evitar a dispersão do aluno. O criador do método parte da tese de que a capacidade de concentração de um aluno num mesmo assunto não passa de 18 minutos. Por motivos similares,
Khan também nunca aparece nos vídeos, pois acredita que a figura do professor é fonte de distração. Mestre em ciência da computação, o professor indiano-americano, na verdade, criou um software simples com exercícios e respostas para os problemas escolares.
O que poderia, então, justificar tamanho sucesso? “O que eu acho que realmente cativou as pessoas nos vídeos foi a informalidade. Elas viam que