O PREÇO DO AÇÚCAR
Luiz Gustavo Torrano Corrêa*
Juliano Merlotto**
Gustavo Pedreira*** A agroindústria canavieira depara com um ciclo de investimentos: açúcar, álcool e co-geração de energia. Nesse contexto, vem à tona a necessidade de analisar projetos e os riscos inerentes para a tomada de decisão. O risco de preço é um dos fatores-chave e o seu entendimento é fundamental para o sucesso da decisão.
Os players não dispostos a correr riscos devem quantificá-los corretamente para sustentar competitividade. Não imaginemos que, por conta da demanda por álcool, a competição irá arrefecer. O mercado deverá apresentar competição cada vez mais acirrada, e pequenos ganhos serão significativos. São esperadas cerca de 100 novas unidades até 2010. Na carona dos investimentos industriais vem o produtor de cana como fornecedor de matéria prima, com os mesmos riscos, pois o preço do açúcar contribui para a definição do preço da cana.
Há uma tradição histórica de se olhar a formação dos preços de commodities na moeda dólar e considerá-la como referência para a tomada de decisão. Indícios estatísticos e uma reflexão mais atenta nos levam as outras conclusões.
Esta análise ganhou importância após o Plano Real, em 1994, quando o Brasil passou a ter uma moeda que fosse referência de valor. Esse movimento ganhou força com a mudança do regime cambial, de fixo para flutuante. No câmbio fixo a referência continuava em dólar.
A partir daí o Brasil tornou-se o maior exportador mundial de açúcar e, junto com a Austrália, bastante competitivo. As expectativas para a proxima década são de que mais de 40% do que for comercializado internacionalmente serão brasileiros. Ou seja, a produção do Brasil influencia significativamente o preço do mercado de açúcar.
Ferramenta O aumento das exportações brasileiras acelera após 1999. Intuitivamente imaginamos que, com a moeda desvalorizada, são necessários