O povo quioco: origens, manifestações culturais e representatividade de suas máscaras.
Lucilene Pereira da Silva
Resumo: A partir do estudo da África Atlântica e de sua pluralidade étnica, cultural e política observa-se que uma enorme quantidade de comunidades familiares permanecem constituídas demograficamente em algumas regiões, e ainda hoje, conservam traços culturais tradicionais como o regime matriarcal, mesmo após o contato com a cultura européia e a divisão geográfica do continente. Este artigo visa abordar de maneira sucinta, as características que envolvem as manifestações artísticas e culturais da comunidade Quioca ( Tshokwe ) que, sustentam uma memória coletiva rica e plural. Neste contexto se incluem seus rituais religiosos, crenças, arte e com foco primordial a produção e representatividade de suas máscaras, que, ainda que independente da origem étnica a qual seja oriunda se faz presente em todo continente africano.
Palavras Chave: quiocos, manifestações culturais, máscaras.
Introdução:
Origens e Aspectos Sociais.
Na época em que ocorreu a descoberta de angola por Diogo Cão, toda a parte da África Austral e Equatorial era comandada por três impérios ou reinos: O Reino do Congo, O Império do Lunda e o Império Monomotapa. Uma porção territorial de Angola pertencia ao Reino do Congo e uma outra porção ao nordeste era dominada pelo Império Lunda.
O povo Tshokwe ou Cokwe conhecido como Quiocos pelos portugueses são uma etnia de origem Banto e embora a localização exata das raízes desse povo ainda seja inexata, através da tradição oral, acredita-se estar relacionada à região do Império Lunda. A partir do século XVII migraram e criaram comunidades no sul de Luanda. No século XIX depois de um longo período de lutas esse povo se espalhou em grandes proporções pelos