O Planejamento no Brasil
O objetivo de Celso Lafer é descrever os motivos que levaram Juscelino Kubsticheck a formular um planejamento em seu governo (1956-1961). O autor observa que até então só existiam propostas de planejamento, mas nenhum foi realmente implantado como no caso do Plano de Metas. Ele diz, portanto, que o Plano de Metas foi à primeira experiência efetivamente posta em prática de planejamento governamental no Brasil.
O processo de planejamento, embora seja único, pode ser dividido em fases distintas para a comodidade de análise. São três fases: a decisão de planejar, o plano em si e a implementação do plano. A decisão de planejar pode ser tomada como uma decisão política, pois é uma tentativa de alocar recursos, ou seja, uma prévia. O Plano em si é uma decisão técnica, pois analisa a situação econômica do Estado através da qual se testa a consistência e a compatibilidade da decisão de planejar. A implementação do plano é uma medida política, pois é onde se constata os resultados da tentativa da alocação de recursos.
A Decisão de Planejar - O autor argumenta o que foi que levou JK a formular um plano de governo. Ele chega à conclusão de que a situação política da época, onde se ampliou a participação política. Isso fez com que as massas tivessem mais poder político na época. Isso resultou o que o autor chamou de populismo, onde o governo (elite) para ganhar votos das massas, precisa propiciar uma melhora de vida para a população (manipulação de incentivos). Esse era um dos objetivos de JK. Outro fator é que havia um grande crescimento da população urbana.
JK afirmou que o Brasil não era um país agrícola e que precisava industrializá-lo. O plano de metas abrangia cinco grandes setores: energia, transportes, alimentação, indústrias de base e educação. O autor lança o conceito de ponto de estrangulamento, onde adquire a percepção de que existiam áreas de demandas