O pior dos pecados
Tom Coelho
“A conduta é um espelho no qual todo exibem sua imagem”.
(Goethe)
Um renomado palestrante é contratado para fazer uma apresentação em um evento de uma multinacional. Porém, apenas uma hora antes do início programado, ele ainda encontra-se no quarto do hotel. O motivo: em vez de um luxuoso veículo importado, enviaram “apenas” um inaceitável van completamente equipado, inclusive com bancos de couro, para buscá-lo.
Os chamados “pecados capitais” acometem cada um de nós. Não são admiráveis, pois se assim o fossem, seriam chamados de “virtudes capitais”. Derivados do latim caput, nascem e são nutridos por nós mesmos, em nossas cabeças. Somos os líderes e chefes de nossos caprichos e vícios.
Gula, avareza, inveja, ira, luxúria, preguiça e soberba. A cada um dos pecados há outros comportamentos associados. Exemplificando, a avareza traz consigo a cobiça, o engano, a fraude e a traição. Já a ira, é acompanhada pela raiva, pelo ódio e pela vingança. A preguiça, por sua vez, alimenta o desânimo, a indolência, a negligência e a procrastinação. A luxúria remete-nos à libertinagem, à lascívia e à corrupção. E a soberba, à vanglória, ou seja, a vã glória, ao orgulho e à vaidade.
São Tomás de Aquino pontuou, em meados do século XIII, que a soberba é um pecado de tamanha magnitude que pode ser considerado um “mega-capital”. Esse conceito foi muito bem ilustrado no filme “O Advogado do Diabo” quando o personagem de Al Pacino sentencia: “A vaidade é meu pecado predileto”.
O poder e o dinheiro são matérias-primas absolutamente generosas para com a vaidade. É lamentável, mas é fato recorrente. Observe o que acontece com a maioria das pessoas que recebem uma promoção. Ou que são premiadas pelo cumprimento de metas suplantando outros colegas de trabalho. Há também quem ganhe títulos, seja pela conclusão de um curso de especialização, seja pela outorga espontânea. Em qualquer dos casos, subir na hierarquia geralmente faz subir a cabeça...
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