O PERNAMBUCO QUE OS JUDEUS “CONSTRUIRAM”. A INFLUÊNCIA DA PRESENÇA JUDAICA NA CAPITÂNIA DE PERNAMBUCO ENTRE OS SÉCULOS XVI E XVII.
O PERNAMBUCO QUE OS JUDEUS “CONSTRUIRAM”. A
INFLUÊNCIA DA PRESENÇA JUDAICA NA CAPITÂNIA DE
PERNAMBUCO ENTRE OS SÉCULOS XVI E XVII.
Pollyana Calado de Freitas1, Ana Lúcia do Nascimento2
Introdução
Estudar a presença Judaica em Pernambuco entre os séculos XVI e XVII implica em buscar compreender um período bastante importante para a formação do
Brasil. Período este representado pelo mundo do açúcar não apenas economicamente, mas em diversas esferas da sociedade, tem grande influência de cristão-novos
(judeus convertidos a força ao catolicismo no século
XV) e de judeus sefardins (judeus oriundos da
Península Ibérica).
Segundo o historiador José Antonio Gonsalves de
Mello, em sua obra Gente da Nação, os cristão-novos viam na colônia portuguesa a possibilidade de viverem longe do olhar da Santa Inquisição e de ascenderem economicamente, visto que possuíam conhecimento na produção açucareira e no comércio. Ainda na primeira metade do século XVI encontramos cristão-novos como senhores de engenho, mercadores, contudo durante a visitação do tribunal do Santo Oficio a
Pernambuco (1593-1595) ocorre uma alteração nas relações entre os cristão-velhos e os neo-conversos.
Diante da necessidade de provar a pureza de sangue, os cristãos criam certo distanciamento dos cristão-novos, os quais foram acusados de praticarem criptojudaismo
(judeus conversos ao cristianismo e permanecem com práticas judaizantes) e passam a denunciá-los ao visitador. Contudo por representarem boa parcela econômica, os cristão-novos não podem ser radicalmente excluídos da sociedade.
No século XVII com ocupação holandesa (16301654), temos principalmente a partir de 1635 uma forte imigração judaica para Pernambuco. Assim temos a coexistência de cristãos, cristão-novos e judeus. Entre os judeus sefardins vindos da Holanda, vêm intelectuais letrados, rabinos, os quais não