O PAPEL DOS MILITARES NO CONTEXTO DO REGIME AUTORIT RIO

19 ­ O PAPEL DOS MILITARES NO CONTEXTO DO REGIME AUTORITÁRIO Ao tomar o poder, a grande maioria dos militares não tinha um consenso ou um plano em comum acerca de seus objetivos políticos. O debate sobre isso se tornou cada vez mais impossível, já que poderia causar interesses diferentes entre as Forças Armadas.
Obviamente, havia discussões mais gerais nos círculos de oficiais sobre o tema de controle dos comunistas, contenção da inflação, reformas políticas e econômicas, anticorrupção, crescimento econômico, posição contrária à mobilização política, mas todos almejando o retorno de um governo civil em algum momento futuro. Ainda assim, o maior interesse foi, em primeira instância, conseguir manter o regime.
Então, é possível entender que os militares queriam, em curto prazo, consertar a vida política, econômica e social brasileira e depois de estabilizar as áreas afins, repassar o poder político para governantes civis. Todavia, foi ficando mais distante essa possibilidade, já que os principais representantes políticos civis passaram a ser perseguidos pelo próprio regime, já que não concordavam com o golpe instaurado pelos militares.
É importante destacar que a tradicional posição militar, que tinha atitudes anti­golpistas, foi usurpada, já que foram eles mesmos que realizaram o golpe em 1964. Dessa forma, muitos oficiais tradicionalistas foram expurgados do serviço militar, tendo como justificativas atitudes contra­revolucionárias. As punições políticas não ficaram restritas aos civis. Também os militares tiveram sua quota.
Entre 1º de abril e 15 de junho, cerca de 122 oficiais foram forçados a se aposentarem (embora com pensão integral). Muitos deles haviam feito oposição ao golpe, enquanto outros eram acusados de considerar o