O PAPADO: DOS PRIMÓRDIOS A ATUALIDADE!
Nas últimas semanas o mundo acompanhou com extremo interesse os acontecimentos dramáticos relacionados/ligados à renúncia de Bento XVI e a grande turbulência em torno deste fato para a escolha de seu sucessor. Qualquer que seja o entendimento acerca dos líderes supremos do catolicismo, o fato é que os papas são personagens muito importantes no mundo contemporâneo, e que consequentemente ocupam um enorme espaço na mídia e suas ações transcendem especificamente na área religiosa, a qual produz efeitos no âmbito político e social. Tais razões, entre outras, justificam o estudo significativo dessa poderosa e tão influente instituição.
É de conhecimento comum que o papado não é uma instituição de origem divina, e que este resultou em um longo e complexo processo histórico. A partir da leitura da Bíblia acabamos percebendo que este “ofício” não foi ordenado por Deus a seus seguidores e principalmente a sua igreja, e que seria extremamente impossível declarar que Pedro era o chefe universal da igreja, e que o mesmo transmitiria sua autoridade a seus sucessores. Tanto é que não se vê em todo o Novo Testamento qualquer noção de que Pedro tenha ocupado uma função formal de liderança na Igreja Primitiva. No chamado "Concílio de Jerusalém", narrado no capítulo 15 de Atos dos Apóstolos, isso não aconteceu, e o próprio Pedro não reivindica essa posição em suas duas epístolas. Antes, ele se apresenta como apóstolo de Cristo e como um presbítero entre outros. Ao mesmo tempo, não podemos deixar de reconhecer que ainda na Igreja Antiga os bispos de Roma alcançaram grande preeminência, e que o papado em muitas ocasiões prestou serviços crucialmente relevantes à Igreja e à sociedade.
O apogeu do papado antigo ocorreu no pontificado do notável Gregório I, o primeiro monge a ocupar o trono papal. Sua lista de realizações é impressionante. Ele supervisionou as defesas romanas contra os ataques dos lombardos, realizou complicadas