O panóptico
RESENHA
Referência: FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão; tradução de Lígia M. Pondé Vassallo. Petrópolis, Vozes, 1987.
Michel Foucault em seu livro "Vigiar e Punir", apresenta no capítulo 3 o conceito do Panóptico de Bentham, no qual ele traduz como sendo formas de controle, de exercício do poder e aponta os benefícios angariados pela nova tecnologia de poder político.
No início deste capítulo, Foucault começa relatando as formas de controle sobre população, quando da declaração de peste em uma cidade, ele mostra o controle das autoridades e a hierarquia e responsabilidades entre os controladores. Eles tinham tarefas específicas, como a de coleta minuciosa de dados, registros de prontuários médicos, contabilização dos habitantes, se vivos ou mortos estão, pois era feita uma quarentena do local infectado pela doença, os indivíduos permaneciam prisioneiros em suas próprias casas. Além dos aspectos negativos da doença, há, porém, um ponto positivo da peste, percebe-se a contribuição para controle político, dado pela coleta de dados, feitas com o propósito de identificar os doentes e excluí-Ios do convívio com os demais aponta uma modernização do controle político.
Foucault passa à apresentação do Panóptico de Bentham, um novo modo de cárcere, descrevendo sua arquitetura a forma de vigilância, que é feita apenas com a presença de um único vigia e pela sua posição, numa torre central, permite que se sintam sob vigilância constante. Isto se deve pela geometria da construção, que permite a vigilância ostensiva dos presos sem a percepção do vigilante. Ele é inovador no método de cárcere, apresenta uma inversão dos os antigos modelos prisionais, troca-se o amontoado de presos em um único ambiente, por uma individualização de celas, nas quais, trancados separadamente e observados constantemente, passam agora a ser fonte de informação passiva e não mais articulador de informações. Esta sensação da vigilância é