O olhar na educação infantil
Para se compreender e acompanhar o desenvolvimento da criança é necessário o olhar. Mas não qualquer olhar, é preciso aquele olhar observador, profundo, que visa o todo e não somente o externo. Aquele olhar que colocamos sobre a criança desde o momento em que entramos na sala até o fim do ano letivo. Portanto é de grande valia observar o processo, o dia-a-dia de cada um cuidadosamente, não fazendo um juízo de valor sobre as crianças, nem deixando transparecer nossa opinião negativa quando notamos que ele ou ela não vão bem.
A observação não pode ser apenas um instrumento descritivo, mas um recurso de investigação e planejamento. Tem que se ter em mente o que observar, como observar, de onde começar, para que não façamos uma observação avaliativa que privilegia um registro endereçado aos pais ou que apenas obedece às normas estabelecidas pela instituição, preocupando-se em mostrar o que a criança “alcançou” e deixando em segundo plano o acompanhamento de seu desenvolvimento, apresentando resultados que "não têm por objetivo subsidiar ação educativa no seu cotidiano, mas assegurar aos pais e à escola que as atividades estão se desenvolvendo e que a criança os está realizando", como nos alerta Hoffmann. Nesse sentido as autoras, Amy Laura Dombro, Judy Jablon e Margo Dichtelmiller sugerem o que deve ser observado: saúde e desenvolvimento físico, temperamento, habilidades e capacidades, interesses, cultura e vida em família, abordagem à aprendizagem, uso da linguagem verbal, uso da linguagem corporal e interações sociais com adultos e outras crianças.
Outro ponto importante a se destacar, é a necessidade dos registros feitos a partir das observações. Por isso é importante buscar várias formas de registro que servirão como suporte para a elaboração do parecer do trabalho realizado, contemplando os avanços, as expectativas, as mudanças e as descobertas. Partindo do principio básico de que cada criança é diferente, a tarefa do