“O Nome da Rosa” é um romance que se passa em 1327, século XIV, num mosteiro beneditino na Itália Medieval, onde ocorre a morte de sete monges, ao longo de sete dias e sete noites, no qual as vítimas aparecem sempre com os dedos e a língua roxos. Guilherme William de Baskerville, um monge franciscano, que é também um filósofo e utilizava-se da ciência e conseqüentemente da razão para a solução dos crimes, e um noviço que o acompanha, Adso von Melk, enfrentam a resistência de alguns religiosos do local e alguns que crêem ser obra do demônio, até que ele descobre as causas dos crimes estava ligada a manutenção de uma biblioteca, onde poucos monges tinham acesso às publicações sacras e profanas. A informação restrita a poucos, representava a dominação e o poder. Era a idade das trevas, em que o conhecimento pertencia a poucos, e estes poucos deixavam que os outros permanecessem na ignorância. A época em que se passa a história do filme, é a Alta Idade Média, onde é retomado o pensamento de Santo Agostinho, um dos últimos filósofos antigos e o primeiro dos medievais. Santo Agostinho defendia que a fé revelava verdades ao homem de forma direta e intuitiva. A razão é posterior à fé. Santo Agostinho estabelece precisamente que os cristãos podem e devem tomar da filosofia grega pagã, tudo aquilo que for importante e útil para o desenvolvimento da doutrina cristã, desde que seja compatível com a fé. Isto vai constituir o critério para a relação entre o cristianismo (Teologia e doutrina cristã) e a filosofia e a ciência dos antigos. Por isso é que a biblioteca tinha que ser secreta, porque ela incluía obras que não estão devidamente interpretadas no contexto do cristianismo medieval. O acesso à biblioteca, que continha o maior acervo cristão do mundo, é restrito porque também havia ali, um saber que é estritamente pagão, especialmente os textos de Aristóteles, e que pode ameaçar a doutrina cristã. O velho bibliotecário faz um comentário acerca do texto de