O nome da rosa
O nome da rosa retrata temas tipicamente medievais, como o poder do clero que monopolizava todo o conhecimento formal e o conservadorismo de alguns de seus setores, em oposição ao pensamento escolástico, que procurava conciliar a fé e a razão.
O filme pode ser interpretado como tendo um caráter filosófico, quase metafísico, já que nele também se busca a verdade, a explicação, a solução do mistério, a partir de um novo método de investigação. No filme um monge foi designado para investigar vários crimes que estavam ocorrendo no mosteiro, os mortos eram encontrados com a língua e os dedos roxos e, no decorrer da história, foi verificado que eles manuseavam os livros cujas as páginas estavam envenenadas então quem profenasse a determinação de “não ler o livro”, morreria antes que informasse o conteúdo da leitura. E Guilherme de Bascerville, o frade franciscano detetive, é também o filósofo, que investiga, examina, interroga, duvida, questiona e, por fim, com seu método empírico e analítico, desvenda o mistério, ainda que para isso seja pago um alto preço. Trata-se do ano 1327, ou seja, a Alta Idade Média. Lá se retoma o pensamento de Santo Agostinho, um dos últimos filósofos antigos e o primeiro dos medievais, que fará a mediação da filosofia grega e do pensamento do início do cristianismo com a cultura ocidental que dará origem à filosofia medieval, a partir da interpretação de Platão e o neoplatonismo do cristianismo.
Neste tratado, Santo Agostinho estabelece precisamente que os cristãos podem e devem tomar da filosofia grega pagã tudo aquilo que for importante e útil para o desenvolvimento da doutrina cristã, desde que seja compatível com a fé. Isto vai constituir o critério para a relação entre o cristianismo (teologia e doutrina cristã) e a filosofia e a ciência dos antigos. Por isso é que a biblioteca tem que ser secreta, porque ela inclui obras que não estão devidamente interpretadas no contexto do