O negrume da cor

O NEGRUME DA COR
“Mas, embora, meus senhores se festeje a Liberdade, a gentil Fraternidade não raiou de todo, não! ...”
Cruz e Souza

Concepção e Dramaturgia: Prof. Pedro Rodrigues Bárbara
CENA DE ABERTURA
Música – “Mãe África” – Clara Nunes
(A abertura da Performance se dará com a chegada de todos os alunos, professores e demais envolvidos, como num cortejo de povos Iorubanos, Nagôs, Angolas, Congos, Cabindas, Benguelas e outros povos de
África. Todos com suas vestes brancas, seus traços marcantes, seus adornos, turbantes e outros símbolos e arquétipos culturais ou religiosos. O cortejo se coloca pelo espaço cênico, onde a performance vai acontecer. Todos estão atentos às reações e provocações do público, pois parte do trabalho da performance é, justamente, lidar com esses afetos, com essa interação com os elementos inesperados.
Esta é uma iniciativa polêmica, que vai tratar de assuntos e temas polêmicos. Estejamos preparados para fazer o nosso melhor, independente do que irá acontecer. Bom espetáculo para todos nós!)

CENA 1: HERANÇAS DE NOSSA RAÇA
(Monólogo. A figura de um narrador entra em cena, bem arrumado, porém de pés descalços e vestido com farrapos por debaixo da roupa arrumada. Abre uma pasta, retira algumas anotações registradas em seu diário, cumprimenta a público e, como se fosse começar a lecionar algo de muito importante, assume uma postura mais reivindicadora e começa a falar com tom de muita seriedade).
Ator 1 e Ator 2 – Bom dia! (pausa para pegar o diário de anotações dentro da pasta). Hoje não é mais um dia comum, pois hoje é dia 13 de Maio de 1888. Isso mesmo! Ainda não entramos no 3º milênio, este não é o ano de 2014, tampouco chegamos ao século XXI. (Pausa. Olha nos olhos de todos do público. Pigarreia e continua) As coisas estão caminhando a passos bem lentos. São tantos os olhares de reprovação, são tantas as falas de repreensão, que neste mesmo instante a minha voz passa diretamente por ouvidos surdos e por