canto do piaga
O canto do piaga de Gonçalves Dias, retrata a postura do colonizador europeu em relação aos nativos da América do sul, ou seja, a relação entre os portugueses e os índios, criando assim uma imagem negativa dos colonizadores.
A obra trata-se de um poema que está inserido ao conjunto de textos da primeira fase da poesia do romantismo brasileiro, no qual possui um forte nacionalismo pelo fato desta fase se iniciar logo após a Independência do Brasil. Devido isto, percebe-se em todos os textos desta época a necessidade de falar sobre “nossa terra” por isso os textos deste período representam a nossa “cor local”, ou seja, nossa cultura.
Enquanto que em sua literatura os europeus resgatavam a figura do cavaleiro medieval, visto sempre como bom, nobre, honrado e corajoso. No Brasil pelo fato de não ter tido idade media, o resgate de nossa historia se deu através do período de descobrimento quinhentista. Com isto a imagem a ser resgatada foi a do índio. Deste modo surge o conceito do indianismo, passando a ser o índio o nosso representante nacional.
Sendo assim, percebe-se que o poema em questão possui de forma evidente estas características, sendo nítida a valorização de nossa “cor local”, visto que a tribo escolhida pelo autor para a realização do poema foi a tribo Tupi, uma das maiores e mais antigas tribos da América do Sul.
O poema ainda nos mostra o modo como o piaga, que era uma espécie de sacerdote e sábio, é surpreendido por uma voz de um fantasma dar a noticia de uma transformação cruel que está ocorrendo nas terras, transformação esta que até a natureza já percebeu, como podemos notar nos seguintes versus; “Tu não viste nos céus um negrume / Toda a face do sol ofuscar; / Não ouviste a coruja, de dia, / Seus estrídulos torva soltar? / Tu não viste dos bosques a coma / Sem aragem – vergar-se e gemer, / Nem a lua de fogo entre nuvens, / Qual em vestes de