O nascimento dos deuses e do mundo
– Quem teve a ousadia? – grita Zeus, o rei dos deuses, no meio da confusão geral que se estabelece.
As divindades mal têm tempo de se recuperar do espanto, e já uma série de blocos de pedra, acompanhada de tochas em chamas, começa a cair sobre o Olimpo.
Os imortais se reúnem assim que podem examinam a situação; que, pelo jeito, é muito preocupante. Sobre todas as montanhas da vizinhança, destacam-se as silhuetas de vinte e quatro titãs, gigantes de longas cabeleiras, com barbas cerradas e pés em forma de serpente. São eles os autores desse bombardeio que devasta o Olimpo. Filhos da Terra, esses horríveis seres resolveram destronar Zeus, expulsar as outras divindades e tomar seus lugares.
No momento, beneficiam-se do efeito-surpresa e, se não, houver uma reação rápida, talvez atinjam seus objetivos.
Hera, a mulher de Zeus, está com um ar especialmente sombrio. Sabe que nenhum desses titãs pode ser morto por um deus. Só um mortal, vestido com uma pele de leão, poderia deixá-los num estado em que não conseguiriam mais fazer mal a ninguém. A deusa também revela ao marido que a guerra estará perdida se não se colher uma planta misteriosa, escondida num lugar secreto, a qual tem o poder de tornar invencível quem a encontrar.
Preocupado, Zeus chama Atena, a deusa da sabedoria, e conversa longamente com ela. Depois, manda-a em busca de Héracles, o herói da pele de leão, e ordena que o Sol, a Aurora e a Lua apaguem suas luzes. Quando tudo fica escuro, Zeus desce do Olimpo e, tateando, procura e encontra a tal planta mágica. Em seguida, leva-a de volta à morada dos deuses, aonde Héracles acaba de chegar.
Agora, os deuses estão prontos a