O nascimento da filosofia
Aluno: Phellipe Patrizi Moreira
Professora: Teresa Melo
Curso: História - Licenciatura
Disciplina: Introdução à História
Período: 1°
Furet, François. IN: A Oficina de História. O nascimento da história. Lisboa: Gradiva, 1986.
Uma dupla tradição
“Está dividida em duas atividades intelectuais que se ignoram quase sempre ou se desprezam: a erudição e a filosofia. A primeira está na mãos dos antiquarii, ou seja, especialistas do antigo, e naturalmente da Antiguidade, escondidos por detrás de conhecimentos estreitos, esotéricos, eruditos, e manejando línguas desaparecidas. É desta tradição que nos vem, não a história, como a entende o século XIX, mas o fato histórico, tal como deve ser estabelecido como material constitutivo da história.”
“ Se diz respeito à Antiguidade greco-romana, na qual a Europa do século XVI procura apaixonadamente uma nova identidade, não é porque queira reescrever a história(...) Os modernos limitam-se a comentar os historiadores antigos, a trabalhar nas suas margens: a isto se consagram as belas-artes. Ou então, quando querem escapar a este jogo de espelhos, escrevem antiguidades, e não história romanas( ou gregas). Mas essas antiguidades são também duplamente marginais em relação à via real da história: descrevem fontes não literárias, exumam partes de monumentos, moedas, pedras, inscrições, vestígios aleatórios de um irremediável naufrágio. Alimentam comentários e estudos que não são verdadeiramente história, visto que dizem respeito a costumes, instituições, arte, e a história é feita da análise cronológica dos regimes e dos governos.”
“ Assim, o antiquário não é um historiador. Mas na segunda metade do século XVII, no momento em que vacila a ideia de que existe uma história universal no interior da qual cada história foi escrita de uma vez por todas, o antiquário torna-se um crítico da história. (...) O antiquário nem sempre é um historiador . Mas visto que o passado não foi fixado